ÁGATA
Jorge Mello
Minha gata é como ágata colorida,
essa massa compacta de calcedônia
que brota do chão agreste do Ceará.
Grande Adonai que venero
para quem canto aedos profanos de joelhos,
por quem viajo ao mundo dos sonhos
e dos mortos -, que devem ter o mesmo endereço – ouça meu
grito:
Amo essa fruta doce, silvestre, rústica, rude dessa terra
áspera...
Minha gata, essa ilha que ofusca o mar a seu redor...
Ave noturna que encanta e canta cumprindo a ordem natural.
Ave que vê e vela ávida se me perco entre corpos celestes no
cosmos.
Aos seus olhos não sou um ponto perdido entre mil estrelas...
Ela me encontra. Só ela. Atraída pela luz que brota desse
imenso amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário