sexta-feira, 1 de abril de 2011

FULANO

FULANO
(Jorge Mello)

Eu vi que por restos de comida
Espalhada pelo chão:
animais famintos brigavam.
Vi na televisão.
Quisera fosse engano
Meu Deus!
Não era leão, hiena esse africano.
Era um ser humano.

No escuro da noite,
outras feras outros bichos
nos esgotos, nos becos
comem em latas de lixo.
Moram dentro de cano.
Meu Deus!
Não é cão, nem rato, nem bichano.
É um ser humano.

De dia, sujam praças.
Quantos rios sujarão?
São bichos que comem tudo:
é avestruz, é tubarão?
Meu Deus!
É fulano, é beltrano.
É um ser humano.

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